sábado, 11 de novembro de 2017

O desafio de ensinar Português

Por Gabriela Bueno *

          Seja pelo fato da disciplina ter um grande volume de regras, variáveis e exceções, seja pela metodologia que a matéria é lecionada, o que pode dificultar o seu entendimento e aplicação, ministrar aulas de Língua Portuguesa é sempre um desafio para os docentes.

E engana-se quem imagina que essas dificuldades estão presentes apenas no Brasil. Em outros países lusófonos, como Portugal e Moçambique, elas também acontecem, mas adaptadas às respectivas realidades. Essas questões foram discutidas no 14º Congresso de Língua Portuguesa, evento que conta com o co-patrocínio do SINPRO-SP, e aconteceu no final de abril.

Conversamos com professores destes três países para saber como está a situação, e quais são as dificuldades, do ensino da Língua Portuguesa.

Sobre os desafios, um ponto em que todos os docentes concordam, ainda que com possíveis soluções diferentes, é que a forma de ensinar a Língua Portuguesa deveria ser modificada.

O Professor Doutor da USP, José Fiorin, acredita que o conteúdo não pode, ou deve, ser entendido como algo isolado, pois precisa fazer parte de um todo “Deveríamos formar leitores com proficiência, gente que seja capaz de produzir, e ler, textos claros e concisos. Hoje o ensino está voltado para a descrição da Língua. O professor se contenta em suas aulas em explicar a gramática, explicar o que é análise sintática, sintaxe, e etc.”, conta.

Contudo, a Professora Doutora da Universidade da Madeira em Portugal, Luísa Marinho Paolinelli, discorda de Fiorin e explica que em seu país a união de Língua Portuguesa e Literatura afastam o aluno de ambas as disciplinas e dificulta o ensino. “Em minha opinião pessoal, acredito que ganharíamos se separássemos o estudo da Língua Portuguesa do estudo do Texto Literário. A ideia de partir do texto artístico para aprender a sintaxe, a morfologia, etc. têm duas consequências nefastas: o aluno não gosta de gramática e o aluno não gosta de literatura. A língua é comunicação e a literatura é um dos muitos usos da língua.

"O que acontece em Portugal é que se anda a ler Camões para caracterizar o sujeito das orações: se é simples, composto ou nulo subentendido.Ou para identificar os modificadores, as orações, os verbos e por aí fora. Para além disso, os escritores e poetas têm toda a liberdade de ser agramaticais.Vá-se estudar a pontuação a partir de José Saramago e veja-se a dificuldade” disse".

Fiorin acredita que no Brasil o ensino deveria ser redirecionado para que toda a aprendizagem esteja voltada ao aluno, “Não podemos nos restringir a uma gramática de descrições que se esgotam. Precisamos encontrar meios de ensino que ampliem tanto o conhecimento quando a maneira de que ele será utilizado. O aluno decora, mas deveríamos ensiná-lo a usar essas ferramentas, a escrever corretamente a partir delas”.  Diz o professor.

Ainda sobre os desafios, a Professora Doutora da Universidade Federal de Rondônia, Maria do Socorro Pessoa, aponta outra dificuldade no ensino da Língua Portuguesa no Brasil. Para ela, um dos maiores problemas está no reconhecimento das diferenças regionais brasileiras. “Penso que só há uma dificuldade: conscientizarmo-nos de que não podemos insistir no ensino do Português Europeu. O Português Europeu é apenas a nossa fonte histórica, de tradição, mas, precisamos considerar nossa multiculturalidade, nossas imensas variações dialetais, nossa expressividade e sonoridade tão particularizadoras e tão nossas”

Segundo ela é preciso aproximar o ensino da Língua para a realidade de cada lugar e assim desmistifica-la, “Precisamos ensinar a Língua Portuguesa de modo a que nos orgulhemos dela, sem considerá-la complicada ou difícil. Os cursos que formam Professores precisam modernizar-se… Em todo o país e não apenas nos grandes centros. Tenho uma proposta de ensino da Língua Portuguesa cujo material didático seja os mapas geográficos, históricos, temáticos e políticos, no sentido de que, se visualizarmos nossos lugares e nossas gentes nesses mapas seremos capazes de ler sobre eles, escrever sobre eles, conhecer as maneiras particularizadoras de serem”.

Tecnologia
Dentro desse processo de reformulação do ensino da Língua Portuguesa está o uso das novas tecnologias no processo de aprendizagem. O assunto, devido a sua importância e atualidade, gera opiniões divergentes.

O Professor Catedrático Armando Jorge Lopes, da Universidade de Maputo, em Moçambique, fala sobre seu primeiro contato com as novas tecnologias no processo de ensino, e o seu estranhamento diante daquilo.

“Pessoalmente, senti-me violentado com as bruscas transições, da caneta de tinta permanente e da ardósia quando ensinava, para o primeiro computador que usei na Inglaterra, gravando somente uma linha por vez e que pesava uns oito quilos! Depois fui me habituando, embora não totalmente, aos novos tempos que trouxeram avanços inimagináveis no domínio da infotecnologia”, conta.

Lopes explica que em seu país o domínio da infotecnologia, na sua aplicação ao uso de línguas, encontra-se muito no início, contudo acredita que em breve acontecerão avanços científicos e educativos em Moçambique. “Para o futuro, acredito com programas de Língua contextualizados à cultura e realidade moçambicanas. A infotecnologia vai certamente influenciar no ensino da Língua Portuguesa nos diversos continentes e é melhor prepararmo-nos para esse efeito”.

Acerca do tema em questão, Fiorin é mais tradicional e aponta para um importante fato, não se deve apenas sustentar o ensino do Português na infotecnologia em detrimento da aprendizagem tradicional. “A tecnologia no ensino da Língua deve vir como ferramenta. É um mito pensarmos que primeiro vamos usar a tecnologia e depois aprender algo. É um processo inverso, você primeiro deve aprender a Língua e depois utiliza-la na rede”.

Para a Professora Doutora da PUC e Mackenzie, e organizadora do Congresso de Língua Portuguesa, Neusa Maria Bastos, os avanços tecnológicos não podem mais ser ignorados e precisam ser incorporados nas aulas e no processo de aprendizagem. “A infotecnologia influencia todos os movimentos humanos hoje em dia, sendo assim, a Língua Portuguesa que é utilizada por duzentos milhões de falantes deve ser ensinada também se visando à comunicação via redes sociais, por exemplo. Há um novo registro para essa mídia e isso deve ser considerado no ensino de língua materna”.

Assim como Bastos, a Doutora Luísa Marinho Paolinelli concorda que a infotecnologia tem um papel importante. Ela explica que o advento desses novos recursos representa a queda de barreiras físicas no processo de ensino e o possível aumento de formas de aprendizagem.

“A tecnologia permite poder chegar a mais alunos em menor tempo, possibilita a aprendizagem da língua através de meios atraentes e é um importante instrumento no ensino do Português como língua estrangeira. Haverá, assim, uma maior facilidade de uso nos vários países da lusofonia das tecnologias de educação e aprendizagem, com muitas vantagens para os países que apresentam maiores dificuldades sociais e econômicas”, conta.

Já a Professora Maria Socorro pondera sobre o assunto e acredita no uso da tecnologia como ponte de troca de cultura e conhecimento. “Na atual mundialização, uma vez que já ultrapassamos a fase de globalização, é preciso que usemos, sempre, a infotecnologia no Ensino de Língua Portuguesa para produzirmos e fazermos produzir novos conhecimentos, inclusive àqueles de parâmetros de comparação da nossa língua com outras maneiras de expressão dos povos lusófonos, de modo a sabermos utilizar todo o material de pesquisa e/ou instrucional à disposição através do manuseio dos recursos infotecnológicos. Ou ficaremos desatualizados e sem parâmetros de avaliação do nosso fazer pedagógico” disse Socorro.

*Jornalista formada pela Universidade Metodista de São Paulo e editora assistente da Revista Giz

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sexta-feira, 10 de novembro de 2017

A profissão de professor no Brasil

*Texto Melissa Lucchi

Recomeço de aulas para quem é professor por escolha é revigorante, principalmente quando se lida com alunos ingressantes. Você nota os olhares curiosos, ávidos por novidades e a sensação de vitória de adolescentes, jovens e adultos que começam a fazer parte do contingente de 5,95 milhões de pessoas que compõem o ensino superior no Brasil (MEC, 2009), a maioria – 4,88 milhões – matriculada em cursos de graduação particulares e presenciais no país.

Foto Shutterstock

A arte de ser professor merece, no dicionário, espaço para um verbo específico, a que chamo “professorar”. Professorar é elaborar material didático adequado ao perfil, à rotina e às necessidades dos discentes. Em Instituições de Ensino Superior (IES) particulares, principalmente no ensino noturno, é compreender que a maioria dos estudantes trabalha durante o dia, às vezes por turnos e/ou aos sábados; por vezes reside em outra cidade ou está alistado no Exército. Se é mulher, há que se compreender a necessidade de jornadas múltiplas: estudo; casa; marido; filhos; cachorro; curso de inglês, além de pequenos bicos, como vender doces ou sanduíche no intervalo das aulas ou fazer sobrancelha para ajudar a pagar a faculdade.

Professorar é ser também um pouco psicólogo, mãe, pai, amigo; é ter ouvidos atentos e empáticos para auscultar histórias de desabafo e de superação: alunos que saíram da depressão e hoje conseguem olhar o seu ‘eu’ verdadeiro no espelho; que persistem pagando os estudos, mesmo com mensalidades atrasadas, pois sustentam pais doentes; jovens que suportam pressões e dores imensas, como ter um irmão drogado que já tentou o suicídio várias vezes; outros que se dizem tímidos, se consideram incapazes ou se sentem diminuídos, discriminados, por colegas ou pela sociedade.

Professorar é treinar não somente as competências técnicas, mas educar as comportamentais, mais sutis, subjetivas e intangíveis, como comunicação; relações interpessoais; criatividade; flexibilidade; trabalho em equipe; trabalho sob pressão e aceitação de desafios, essenciais para sobreviver, ascender e se diferenciar num mercado de trabalho tecnológica, econômica e culturalmente mutante. Consiste em cativar e cultivar valores pessoais corretos, bons, respeitosos em relação a si e aos outros e compartilhá-los por meio de um olhar acolhedor, humilde, da escuta atenta e de palavras de incentivo em relação às esperanças de novas conquistas, como comprar o primeiro computador pessoal; ter acesso a Internet e ser a primeira pessoa da família a ter um curso superior.

A Educação no Brasil, ao contrário do que muitos pensam, não é um caso perdido. Ela é feita de 307 mil professores (MEC, 2009) que acreditam que fazer sua parte e poder colaborar com o desenvolvimento alheio faz, sim, muita diferença. Comparo o professor a milhares de comunidades colaborativas, grupos de discussão ou indivíduos que criam sites, blogs ou videologs temáticos: eles têm algo – importante – a dizer. O que os motiva primeiramente não é a recompensa financeira, mas promover a auto-aprendizagem e disseminar a produção coletiva do conhecimento em áreas de que gostam e cujo conhecimento dominam. Essa é uma prática social que professores também desejam aprofundar, seja em sala de aula ou por meio da Educação a Distância: a partilha do repertório de saberes que cada um encerra em prol do aprimoramento dos indivíduos e da sociedade.

*Melissa Lucchi é professora na Faculdade Bilac (Grupo Cetec Educacional) e doutoranda em Administração pela Universidade Nove de Julho (Uninove)

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quinta-feira, 9 de novembro de 2017

A gestão democrática nos espaços escolares - tensões e desafios

Cícero Santana

O estudo aqui problematizado focaliza a implantação de práticas democráticas em nossa atualidade visualizando os principais embates encontrados  em nosso meio quanto sua execução nas escolares públicas.

Os primeiros estudos da escola segundo Libâneo (2013) observa-se que essa modalidade vem-se discutindo por muitos anos. Ele mesmo frisa que fora datada da década de 30. O texto apresenta que durante os anos 80 os estudos referentes a essa área se constituíram em uma disciplina, comumente denominada Organização do Trabalho Escolar.

Neste posicionamento observou-se uma crítica construtiva (grifo meu) sobre o tema estudado restringindo as análises da comunidade escolar organizado no sistema denominado capitalismo. Fundamentalmente, existem duas percepções individualizadas em relação às finalidades sociais e políticas da educação que são chamadas de concepção científico-racional e a concepção sócio crítica.

Na primeira concepção, a cientifico-racional predomina uma visão mais burocrática, a valorização excessiva dos recursos tecnológicos de escola. A instituição escolar é tomada como uma realidade objetiva e imparcial, devendo funcionar racionalmente e, por isso, deve ser planejada, organizada e controlada, de modo a alcançar melhores índices de eficácia. Este é um modelo mais acessível na realidade cotidiana.

A educação crítico-social permite ao aluno receber conteúdos que estão perfeitamente adequados à realidade vivida socialmente por ele. A organização escolar é arquitetada como um sistema que agrega pessoas, destacando-se o caráter intencional de suas ações, a importância das interações sociais no seio do grupo e as relações da escola com o contexto sociocultural e político.

Para além dessa dualidade do conhecimento, alguns estudos abordam uma separação mais compreensiva do acontecimento organizacional da gestão escolar. Podemos analisar quatro compreensões a cerca da administração no âmbito escolar: a técnico-científica (tradicional), a autogestionária, a interpretativa e a democrático-participativa.

A concepção técnico-científico organiza responsabilidades e funções, visa a característica do trabalho. A versão mais conservadora desse processo é denominada de administração clássica ou burocrática. A tradução mais moderna é conhecida como modelo de gestão da qualidade total, com utilização mais acentuada de técnicas e hábitos de gestão da administração empresarial.

Algumas características deste modelo são: a prescrição detalhada de funções e tarefas, acentuando-se a divisão técnica do trabalho escolar; o poder centralizado no diretor; formas de comunicação verticalizadas; maior ênfase nas tarefas do que nas interações pessoais.

A concepção autogestionária baseia-se na responsabilidade coletiva,  ausência da direção centralizada e acentuação da participação direta e por igual de todos os membros da instituição. Tende a recusar o exercício da autoridade e formas mais estruturadas de organização e gestão.

Entre outras características, podemos acrescentar: promoção do poder coletivo na escola para preparar formas de autogestão no plano político; decisões coletivas por meio de assembleias e reuniões; alternância no exercício de funções e a ênfase nas relações pessoais, mais do que nas tarefas.

A tendência interativa trabalha com base nas experiências subjetivas e as interações sociais das pessoas. A escola é uma realidade social subjetivamente e socialmente construída, não uma estrutura dada e objetiva. Esta concepção privilegia menos o ato de organizar e mais a “ação organizadora” como valores e práticas compartilhadas.

A concepção democrática-participativa defende uma forma coletiva de tomada de decisões, sem, todavia, desobrigar as pessoas da responsabilidade individual. Uma vez tomada as decisões coletivamente, cada membro deve assumir sua parte no trabalho. Advoga formas de gestão participativa, mas não exclui a necessidade  da coordenação.

Além disso, busca de objetividade no trato de questões da organização e gestão, mediante coleta de informações reais, sem prejuízo da consideração dos significados subjetivos e culturais. Também se utiliza de acompanhamento dos trabalhos, reorientação de rumos e ações, tomada de decisões.

Em meio aos problemas vigentes frequentemente em nosso país, cada vez mais a população fica desvalorizada em uma educação para todos como assegura o artigo 205 da Constituição Federal: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade”, e principalmente na atualidade vigente vemos no slogan do país: será que ao conclamarmos "Brasil, Pátria Educadora" estamos dizendo que a educação será a prioridade das prioridades?

Visto ser tudo que fazemos e observamos na área educacional transcorre perfeitamente? Com certeza não. Mas sabemos que em todos os segmentos da sociedade sempre existiu pessoas com interesses particulares.

A formação da gestão democrática em nosso Brasil dar-se-á em passos lentos. Ou estou sendo rigoroso demais, um desconhecido dos assuntos referentes  a educação, ignorante por não buscar entender como funciona uma gestão democrática descente.


REFERÊNCIAS

ALMANAQUE SARAIVA. Ano 5. # 53. Setembro/2010. Pág. 16.
http://pt.shvoong.com/humanities/theory-criticism/1631578-tend%C3%AAncia- cr%C3%ADtico-social-dos-conte%C3%BAdos/

LIBÂNEO, José Carlos. O Sistema de Organização e Gestão da Escola. Disponível em < http://moodle.ifal.edu.br/pluginfile.php/280504/mod_folder/content/0/O%20Sistema%20de%2 0Organiza%C3%A7%C3%A3o%20e%20Gest%C3%A3o%20da%20Escola.pdf?forcedownlo ad=1>. Acesso em 05 de abril de 2016.

LUCE, Maria Beatriz; MEDEIROS, Isabel Letícia Pedroso de. Gestão democrática escolar. Disponível em http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/2666/gestao- democratica-escolar#ixzz4539JJiBI. Acesso em 07 de abril de 2016.

PARO, Vitor Henrique. Gestão da Escola Pública: alguns Fundamentos. Disponível em < http://moodle.ifal.edu.br/pluginfile.php/280504/mod_folder/content/0/Gest%C3%A3o%20da% 20Escola%20P%C3%BAblica_alguns%20Fundamentos.pdf?forcedownload=1>. Acesso em 06 de abril de 2016.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

O que é ser professor nos dias atuais

Por: Muriele Massucato e Eduarda Diniz Mayrink (GESTÃO ESCOLAR)

Eduarda com a equipe de professores da sua escola. Foto: Manuela Novais
Eu sempre digo que foi o magistério que veio atrás de mim. Quando era criança, as meninas brincavam de ser mãe ou professora. Comigo não era diferente. Eu sentava com as bonecas, escrevia no quadro, copiava os textos no caderno de cada uma delas, fazia os exercícios e depois corrigia as respostas. Outras vezes a aluna era uma colega. Naquela época, imitava minha mãe, que também era professora.

Cresci e bem que tentei fugir, mas a brincadeira virou realidade e sou professora. Iniciei minha carreira dando aulas particulares para pagar a faculdade de Pedagogia. Assim que me formei, comecei a lecionar e, desde então, observo as transformações que vem ocorrendo na minha profissão. Sei o quanto preciso estar atualizada, comprometida e buscando parcerias sempre.

Os avanços tecnológicos e as freqüentes e intensas mudanças acarretaram impactos no âmbito educacional, no qual se viu o nascimento de um novo papel de professor, mais acessível e comprometido com o aprendizado. Mas, no entanto, apesar dos discursos, o cenário político ainda não priorizou como deveria a Educação, oferecendo condições que promovam a formação contínua deste profissional e valorizem sua missão.

Ser professor hoje é uma tarefa bem difícil, mas prazerosa, pois ele precisa se dedicar, e muito, aos estudos, à pesquisa, ao seu desenvolvimento profissional e aos seus alunos. Como mediador da aprendizagem, participa ativamente do processo de aprender, incentivando a busca de novos saberes, sendo detentor de senso crítico, conhecendo profundamente o campo do saber que pretende ensinar, além de ser capaz de produzir novos conhecimentos, por meio da realidade que o cerca. Ufa, quanta coisa. Mas não é tudo. Do docente também se espera paciência, criatividade, humildade, carisma, saber lidar com público etc.

A relação de autoridade entre professor e aluno, que antes permeava o ambiente educacional, deixou de existir. O docente passa a ser reconhecido e respeitado por aquilo que sabe e por como consegue fazer com que o estudante aprenda. É um profissional mais próximo do estudante, enxergando-o em sua integralidade, levando em consideração seus traços como pessoa. Esta valorização do humano deixou a prática educacional com mais significado, pois o professor passa a olhar para seus alunos como indivíduos com necessidades diferentes e particulares. O docente tem que desenvolver em si próprio o olhar integral e humano para educar, além de ser um bom conhecedor do conteúdo programático e das práticas pedagógicas.

Também sou coordenadora e percebo que os professores de hoje enfrentam muitos desafios, mas em geral buscam uma boa relação com o coordenador pedagógico. Este profissional torna-se parceiro quando faz da observação cotidiana um meio para identificar as necessidades dos docentes e articular sua formação. Quando, portanto, o orienta e atua como um elo entre o projeto escolar e os conteúdos programáticos.

Por isso considero como minhas funções enquanto coordenadora: acompanhar o professor em suas atividades de planejamento, metodologias e avaliação; fornecer subsídios que o permita se atualizar e aperfeiçoar constantemente em relação ao exercício profissional por meio de uma formação continuada; promover estudos, reuniões no sentido de melhorar o processo educativo; estimular o docente a desenvolver com entusiasmo suas atividades, procurando auxiliá-lo na prevenção e na solução de problemas; ajudá-lo a diagnosticar os saberes dos alunos e identificar quais conteúdos devem ser trabalhados; cuidar e valorizar a prática deste profissional.

Ser um professor hoje é ser protagonista do ensino. É renovar e interagir com os alunos, pois sem isso o processo de aprendizagem não é otimizado. Quanto melhor for o desempenho do docente, melhor será o desempenho do estudante. E ser coordenador é ser parceiro. É considerar que seu papel é contribuir para a busca do docente por aprimorar a qualidade do ensino.

Parabéns, professores! Profissionais que devem ser valorizados e que merecem lugar de destaque. E não apenas no dia 15 de outubro.

E vocês o que pensam sobre o avanço desta profissão?

Abraços,

Eduarda

FONTE
https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1553/o-que-e-ser-professor-nos-dias-atuaishttps://gestaoescolar.org.br/conteudo/1553/o-que-e-ser-professor-nos-dias-atuais

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Os desafios da Educação inclusiva: foco nas redes de apoio

Para fazer a inclusão de verdade e garantir a aprendizagem de todos os alunos na escola regular é preciso fortalecer a formação dos professores e criar uma boa rede de apoio entre alunos, docentes, gestores escolares, famílias e profissionais de saúde que atendem as crianças com Necessidades Educacionais Especiais.

Por: Daniela Alonso, especialista em Educação Inclusiva e selecionadora do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10
Foto: Maurício Moreira
Inclusão no Brasil e Educação especial na escola regular
João Guilherme dos Santos, aluno com deficiência física, com seus colegas da Unidade Integrada Alberico Silva, em São Luís.
O esforço pela inclusão social e escolar de pessoas com necessidades especiais no Brasil é a resposta para uma situação que perpetuava a segregação dessas pessoas e cerceava o seu pleno desenvolvimento. Até o início do século 21, o sistema educacional brasileiro abrigava dois tipos de serviços: a escola regular e a escola especial - ou o aluno frequentava uma, ou a outra. Na última década, nosso sistema escolar modificou-se com a proposta inclusiva e um único tipo de escola foi adotado: a regular, que acolhe todos os alunos, apresenta meios e recursos adequados e oferece apoio àqueles que encontram barreiras para a aprendizagem.

A Educação inclusiva compreende a Educação especial dentro da escola regular e transforma a escola em um espaço para todos. Ela favorece a diversidade na medida em que considera que todos os alunos podem ter necessidades especiais em algum momento de sua vida escolar.

Há, entretanto, necessidades que interferem de maneira significativa no processo de aprendizagem e que exigem uma atitude educativa específica da escola como, por exemplo, a utilização de recursos e apoio especializados para garantir a aprendizagem de todos os alunos.

A Educação é um direito de todos e deve ser orientada no sentido do pleno desenvolvimento e do fortalecimento da personalidade. O respeito aos direitos e liberdades humanas, primeiro passo para a construção da cidadania, deve ser incentivado.

Educação inclusiva, portanto, significa educar todas as crianças em um mesmo contexto escolar. A opção por este tipo de Educação não significa negar as dificuldades dos estudantes. Pelo contrário. Com a inclusão, as diferenças não são vistas como problemas, mas como diversidade. É essa variedade, a partir da realidade social, que pode ampliar a visão de mundo e desenvolver oportunidades de convivência a todas as crianças.

Preservar a diversidade apresentada na escola, encontrada na realidade social, representa oportunidade para o atendimento das necessidades educacionais com ênfase nas competências, capacidades e potencialidades do educando.

"Ao refletir sobre a abrangência do sentido e do significado do processo de Educação inclusiva, estamos considerando a diversidade de aprendizes e seu direito à equidade. Trata-se de equiparar oportunidades, garantindo-se a todos - inclusive às pessoas em situação de deficiência e aos de altas habilidades/superdotados, o direito de aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver". (CARVALHO, 2005).

FONTE

Site Nova Escola.

Se preferir LEIA matéria completa no site NOVA ESCOLA.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Tema da redação do Enem 2017 fala sobre a educação de surdos no Brasil

Tema da prova de redação foi divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) no início da tarde deste domingo (5).

O tema da redação do Enem 2017 é "Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil". O tema foi divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) no início da tarde deste domingo (5). A forma de correção da redação foi alvo de polêmica: após ter recurso negado no STF, MEC diz que acata decisão e que não vai anular redação contrária aos direitos humanos.

A prova teve quatro textos motivadores diferentes. Um deles incluiu dados sobre o número de alunos surdos na educação básica entre 2010 e 2016. Outro apresentou um trecho da Constituição Federal afirmando que todos têm direito à educação. Um terceiro mostrou aos candidatos uma lei de 2002, que determinou que a Língua brasileira de sinais (Libras) se tornasse a segunda língua oficial do Brasil.
Além disso, um anúncio do Ministério Público do Trabalho que, segundo o site do MPT, foi publicado em 2010, abordou um quarto aspecto da questão: o fato de surdos seguirem excluídos por causa do preconceito, mesmo que tenham a formação educacional necessária para entrar no mercado de trabalho.

Tema pode surpreender candidatos

O assunto surpreendeu professores, que afirmaram que o essencial para tirar nota alta é focar na inclusão. No Twitter, quem acompanhava o debate sobre os possíveis temas ficou frustrado, já que a princial aposta era que a redação fosse tratar de homofobia.

Ouvidos pelo G1, especialistas em educação de surdos sugerem argumentos para o texto. professor Everton Pessôa de Oliveira, tradutor-intérprete de Libras-português, entre outros pontos, lembra que há escolas particulares que negam a matrícula de crianças surdas ou cobram taxas extras da família para que seja contratado um professor bilíngue ou intérprete.

LEIA MAIS EM G1

Resenha Crítica - Dimensões da gestão escolar e suas competências.

LÜCK, Heloisa. Dimensões da gestão escolar e suas competências. Curitiba, PR: Editora Positiva. 17pp
  Cícero Santana1

Heloisa Lück é doutora em Educação pela Universidade Columbia e pós- doutora em Pesquisa e Ensino Superior pela Universidade de Goerge Washington. É diretora educacional do CEDAHAP, atuando como conferencista e docente em curso de capacitação de profissionais da educação para sistemas estaduais e municipais de ensino. Publicou: Ação integrada: administração, supervisão e orientação educacional; Pedagogia interdisciplinar; Metodologia de projetos: ferramentas de planejamento e gestão; A escola participativa: o gestor escolar (em co-autoria); Gestão educacional: uma questão paradigmática; Concepções e processo democráticos de gestão educacional; A gestão participativa na escola.

O artigo/obra “Fundamentação e princípios da educação e da  gestão escolar” é apresentado em único capítulo, onde a professora aponta uma série de competências de fundamentação da educação e da gestão escolar. Logo em seguida é abordada a necessidade de capacidades conceituais para orientar o trabalho educacional e os elementos da educação que são compostos por escola, professores, funcionários e gestores escolares. Ela vai desencadeando sobre os princípios da Gestão Escolar, o significado da gestão escolar, a formação de gestores escolares e áreas e dimensões da gestão escolar.

Lück ressalta que o diretor de escola, o diretor assistente ou adjunto, o supervisor pedagógico e o orientador educacional, assim como os demais membros da equipe de gestão escolar e seus professores, desempenham um papel no desenvolvimento da liderança na escola. São eles que incentivam os demais na construção do desenvolvimento educacional. Segundo a autora:
Compete, pois ao diretor escolar, para o exercício pleno de seu trabalho, construir um repertório conceituai próprio em sua escola, sobre a educação e o seu trabalho de liderança educacional, de modo a saber traduzir esse repertório em ações efetivas. (Lück, 2009. p. 18)
Nesse patamar de ideais sobre competências educacionais, além do diretor escolar, todos que participam desse processo educacional são respectivamente responsáveis pela melhoria e atuação na formação pedagógica de professores e demais educadores da escola, isto é, não deixar que apenas os diretores escolares tomem decisões separadamente onde se sabe que todos são responsáveis para construção da sociedade escolar.

Em 'Elementos da Educação’ a educadora conceitua o que basicamente é uma educação. Segundo Lück este espaço é organizado e sistemático, ao mesmo tempo complexo visto que a educação é um processo contínuo e evolutivo que não restringe apenas uma determinada época. São fases que estão cercadas de desafios e dificuldades que os dirigentes escolares necessitam de atualizações constantes para enfrentar as barreiras encontradas no cotidiano como é citado no estudo em debate:
Ao diretor compete zelar pela escola como um todo, tendo como foco de sua atuação em todas as ações e em todos os momentos a aprendizagem e formação dos alunos. (Lück, 2009. p. 23)

O objetivo primordial que permeia todos os segmentos educacionais, com destaque em uma gestão escolar é um conjunto de ações concretas voltadas primordialmente para a aprendizagem dos alunos levando-os a vivenciarem seu crescimento para a aquisição de novos conhecimentos em todos os segmentos, particularmente na família e na sociedade.

Vale ressaltar que a finalidade primordial no processo de uma gestão escolar segundo Lück (2009, p. 25) “é a aprendizagem efetiva e significativa dos alunos”, adquirindo conhecimentos e respeitando os limites de aprendizagem de cada educando. Desta maneira os alunos estão adequadamente inseridos no processo social preparando-os para os desafios que enfrentarão em toda sua vida. Ainda vale ressaltar que os discentes de acordo com Lück (2009, p. 25) devem “expressar ideias com clareza, oralmente e por escrito”; e ainda assim cada um deve tomar decisões e quando os problemas acontecerem saber resolver.

Esse é um processo que envolve toda comunidade escolar formado por alunos, pais, funcionários, diretores, coordenadores, gestores escolares e toda sociedade envolvida no campo educacional.

Faz-se necessário que os mesmos montem uma equipe pedagógica de qualidade, fazendo reuniões constantes e promovendo capacitações para o corpo docente, digo os professores, coordenadores, diretores e demais responsáveis pelo desenvolvimento da área da educação.

No final do artigo, Lück (2009) apresenta “as dimensões de implementação [...] mais diretamente vinculadas à produção de resultados”, que, a saber, são quatro: gestão democrática e participativa; gestão de pessoas; gestão pedagógica; e gestão administrativa; Os alunos são as pessoas para quem a escola existe e para quem deve voltar as suas ações, de modo que todos tenham o máximo sucesso nos estudos que realizam para sua formação pessoal e social. Por isso que o diretor tende a construir estratégia de conhecimentos viabilizando “colocá-las em prática de forma integrada e interativa”.

Considerações finais

O texto em gestão escolar é uma ferramenta auxiliadora que norteia e  contribuir com os gestores educacionais e todos os profissionais que compõem o ambiente escolar, visando atingir os objetivos educacionais. Tendo em vista que todo trabalho em educação, dada a sua natureza formadora, implica em ações de liderança e constitui na capacidade de influenciar positivamente pessoa para atingir os objetivos da aprendizagem, esta obra vem clarear o trabalho dos lideres educacionais.

1 Aluno do curso de Letras 2013.1 – Santana do Ipanema/AL.

O desafio de ensinar Português

Por Gabriela Bueno *           Seja pelo fato da disciplina ter um grande volume de regras, variáveis e exceções, seja pela metodologia...