Cícero Santana
O estudo aqui problematizado focaliza a implantação de práticas democráticas em nossa atualidade visualizando os principais embates encontrados em nosso meio quanto sua execução nas escolares públicas.
Os primeiros estudos da escola segundo Libâneo (2013) observa-se que essa modalidade vem-se discutindo por muitos anos. Ele mesmo frisa que fora datada da década de 30. O texto apresenta que durante os anos 80 os estudos referentes a essa área se constituíram em uma disciplina, comumente denominada Organização do Trabalho Escolar.
Neste posicionamento observou-se uma crítica construtiva (grifo meu) sobre o tema estudado restringindo as análises da comunidade escolar organizado no sistema denominado capitalismo. Fundamentalmente, existem duas percepções individualizadas em relação às finalidades sociais e políticas da educação que são chamadas de concepção científico-racional e a concepção sócio crítica.
Na primeira concepção, a cientifico-racional predomina uma visão mais burocrática, a valorização excessiva dos recursos tecnológicos de escola. A instituição escolar é tomada como uma realidade objetiva e imparcial, devendo funcionar racionalmente e, por isso, deve ser planejada, organizada e controlada, de modo a alcançar melhores índices de eficácia. Este é um modelo mais acessível na realidade cotidiana.
A educação crítico-social permite ao aluno receber conteúdos que estão perfeitamente adequados à realidade vivida socialmente por ele. A organização escolar é arquitetada como um sistema que agrega pessoas, destacando-se o caráter intencional de suas ações, a importância das interações sociais no seio do grupo e as relações da escola com o contexto sociocultural e político.
Para além dessa dualidade do conhecimento, alguns estudos abordam uma separação mais compreensiva do acontecimento organizacional da gestão escolar. Podemos analisar quatro compreensões a cerca da administração no âmbito escolar: a técnico-científica (tradicional), a autogestionária, a interpretativa e a democrático-participativa.
A concepção técnico-científico organiza responsabilidades e funções, visa a característica do trabalho. A versão mais conservadora desse processo é denominada de administração clássica ou burocrática. A tradução mais moderna é conhecida como modelo de gestão da qualidade total, com utilização mais acentuada de técnicas e hábitos de gestão da administração empresarial.
Algumas características deste modelo são: a prescrição detalhada de funções e tarefas, acentuando-se a divisão técnica do trabalho escolar; o poder centralizado no diretor; formas de comunicação verticalizadas; maior ênfase nas tarefas do que nas interações pessoais.
A concepção autogestionária baseia-se na responsabilidade coletiva, ausência da direção centralizada e acentuação da participação direta e por igual de todos os membros da instituição. Tende a recusar o exercício da autoridade e formas mais estruturadas de organização e gestão.
Entre outras características, podemos acrescentar: promoção do poder coletivo na escola para preparar formas de autogestão no plano político; decisões coletivas por meio de assembleias e reuniões; alternância no exercício de funções e a ênfase nas relações pessoais, mais do que nas tarefas.
A tendência interativa trabalha com base nas experiências subjetivas e as interações sociais das pessoas. A escola é uma realidade social subjetivamente e socialmente construída, não uma estrutura dada e objetiva. Esta concepção privilegia menos o ato de organizar e mais a “ação organizadora” como valores e práticas compartilhadas.
A concepção democrática-participativa defende uma forma coletiva de tomada de decisões, sem, todavia, desobrigar as pessoas da responsabilidade individual. Uma vez tomada as decisões coletivamente, cada membro deve assumir sua parte no trabalho. Advoga formas de gestão participativa, mas não exclui a necessidade da coordenação.
Além disso, busca de objetividade no trato de questões da organização e gestão, mediante coleta de informações reais, sem prejuízo da consideração dos significados subjetivos e culturais. Também se utiliza de acompanhamento dos trabalhos, reorientação de rumos e ações, tomada de decisões.
Em meio aos problemas vigentes frequentemente em nosso país, cada vez mais a população fica desvalorizada em uma educação para todos como assegura o artigo 205 da Constituição Federal: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade”, e principalmente na atualidade vigente vemos no slogan do país: será que ao conclamarmos "Brasil, Pátria Educadora" estamos dizendo que a educação será a prioridade das prioridades?
Visto ser tudo que fazemos e observamos na área educacional transcorre perfeitamente? Com certeza não. Mas sabemos que em todos os segmentos da sociedade sempre existiu pessoas com interesses particulares.
A formação da gestão democrática em nosso Brasil dar-se-á em passos lentos. Ou estou sendo rigoroso demais, um desconhecido dos assuntos referentes a educação, ignorante por não buscar entender como funciona uma gestão democrática descente.
REFERÊNCIAS
ALMANAQUE SARAIVA. Ano 5. # 53. Setembro/2010. Pág. 16.
http://pt.shvoong.com/humanities/theory-criticism/1631578-tend%C3%AAncia- cr%C3%ADtico-social-dos-conte%C3%BAdos/
LIBÂNEO, José Carlos. O Sistema de Organização e Gestão da Escola. Disponível em < http://moodle.ifal.edu.br/pluginfile.php/280504/mod_folder/content/0/O%20Sistema%20de%2 0Organiza%C3%A7%C3%A3o%20e%20Gest%C3%A3o%20da%20Escola.pdf?forcedownlo ad=1>. Acesso em 05 de abril de 2016.
LUCE, Maria Beatriz; MEDEIROS, Isabel Letícia Pedroso de. Gestão democrática escolar. Disponível em http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/2666/gestao- democratica-escolar#ixzz4539JJiBI. Acesso em 07 de abril de 2016.
PARO, Vitor Henrique. Gestão da Escola Pública: alguns Fundamentos. Disponível em < http://moodle.ifal.edu.br/pluginfile.php/280504/mod_folder/content/0/Gest%C3%A3o%20da% 20Escola%20P%C3%BAblica_alguns%20Fundamentos.pdf?forcedownload=1>. Acesso em 06 de abril de 2016.
Boa tarde, Santana!
ResponderExcluirA gestão democrática foi uma conquista extraordinária dentro do ensino escolar. Devido a isso, a comunidade escolar poderá escolher a equipe gestora da sua escola, acabando aquela coisa de indicações pelo governo. Mas, infelizmente, muitos estados brasileiros ainda não conseguiram essa conquista.
O bom da Gestão Democrática é o poder de escolha de cada seguimento, ou seja, quem escolhe são os seguimentos pais, alunos, funcionários da escola e professores. Essa escolha acontece a cada 02 anos (pelo menos aqui em Alagoas). Assim, a cada período, os seguimentos poderão escolher novas pessoas, ou seguir com a mesma equipe por mais tempo.
Quando as pessoas tem o direito de escolher, elas podem errar sem atribuir o erro aos outros. Errando uma vez, as pessoas poderão escolher novas pessoas, na tentativa de corrigir os erros passados.
Silvano Araujo Lima
Boa noite colega Silvano!
ResponderExcluirObrigado pela visita ao blog e pelo seu comentário. Volte sempre.